Por força da Covid, negociações atingem contratos de locação de imóveis em São Paulo, diz AABIC

A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) colocou proprietários de imóveis e inquilinos sentados à mesa de negociação em abril para discutir acordos durante o período de isolamento social no Estado de São Paulo. Levantamento realizado pela Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC), maior entidade representativa do segmento no Estado, mostra que 58% dos imóveis comerciais da carteira de locação encerraram o mês passado com novos acordos, em fase de tratativas ou com entrega de pleitos para negociação. 

As negociações envolvem principalmente prorrogação e parcelamento dos valores dos contratos. Segundo a AABIC, na maioria dos acordos já celebrados, proprietários e inquilinos concordaram em protelar o pagamento do aluguel para depois da pandemia, com possibilidade de quitação em parcelas. Em geral, esses acordos consideram o impacto da crise da covid-19 na receita do locatário, sua capacidade de pagamento, assim como a atividade comercial e o tipo de imóvel. “As negociações devem ser feitas mês a mês, entre proprietários e inquilinos observando as medidas do governo para a retomada gradual da economia e o avanço do contágio da doença”, avalia José Roberto Graiche Júnior, presidente da AABIC. 

No caso dos contratos dos aluguéis residenciais, a AABIC registrou uma taxa de renegociação de 19% da carteira de imóveis pesquisados entre administradoras associadas à entidade. O levantamento da AABIC para estimar os percentuais de negociação nas locações nos segmentos comercial e residencial considerou uma amostra de 19.286 imóveis localizados em São Paulo. 

O segmento comercial lidera as taxas de negociação em razão da queda abrupta na receita dos locatários durante o isolamento social imposto pelas autoridades, sobretudo de negócios de pequeno e médio portes como aqueles proibidos de abrir as portas como forma de conter a escalada da pandemia. 

No final do mês de março, a AABIC registrava percentuais de negociação mais modestos, no patamar de 15% na carteira de imóveis comerciais e de 3,7% na locação residencial. Na avaliação de Graiche Júnior, a rápida evolução dos acordos demonstra que em um mercado autorregulado é desnecessária qualquer iniciativa de intervenção do poder público para reger preços de contratos de locação. 

A AABIC ainda relata que proprietários e inquilinos chegaram a negociar descontos provisórios em abril, que variaram entre 10% a 50% no valor do aluguel. Nesses acordos, a maioria expressiva concordou que a soma correspondente ao abatimento no mês deverá ser paga posteriormente. A entidade estima que em cada 10 contratos, somente em 01 deles o proprietário concordou em abrir mão de receber a parcela do desconto no futuro. “As tratativas não têm um padrão estabelecido e dependem do perfil do negócio, do tipo e localização dos imóveis, bem como da capacidade contributiva do inquilino. Através da intermediação das empresas administradoras especializadas em atravessar crises e mitigar conflitos, as partes estão negociando para chegar ao consenso, que é o que se espera em um mercado autorregulado e profissional”, avalia. 

De acordo com o executivo, essas medidas de negociação são uma tentativa dos proprietários para frear o avanço dos índices de inadimplência e, também, evitar a desocupação dos imóveis. Em abril, o índice da mora na taxa de aluguel, que considera os boletos emitidos e não pagos dentro do próprio mês de vencimento, ficou em 8,2%, contra 7,2% em março de 2020. O executivo Graiche Junior avalia que a alta não é considerada significativa porque, em muitos casos, as administradoras de imóveis ainda estão concluindo o processo de assinatura dos acordos e termos aditivos dos contratos, prorrogando o pagamento da parcela de aluguel que venceu em abril de 2020. 

InstaCasa registra crescimento de 20% em um mês

A crise causada pela COVID-19 abalou o mercado em inúmeros aspectos, mas muitas empresas tiveram a oportunidade de provar o quão efetivo são seus modelos de negócio e crescer. A InstaCasa, construtech que permite que potenciais compradores visualizem uma grande variedade de projetos de arquitetura para implantação em cada lote no lançamento do empreendimento, saltou de 15 mil para mais de 18 mil lotes em empreendimentos contratados, totalizando um crescimento de 20%. 

Segundo o CEO da startup, Mauricio Carrer, durante o período de pandemia 9 novos empreendimentos passaram a agregar o portfólio, alguns já lançados, e outros com lançamento programado para os próximos meses. “O setor de loteamentos é bastante tradicional e pulverizado, não existem muitas iniciativas de inovação voltadas a este mercado. Por isso, queremos levar mais tecnologia e dinamizar os processos de venda e ocupação dos empreendimentos”, comenta o empreendedor.” Mais do que nunca, o momento atual demanda soluções digitais para encantar o cliente a distância, e estamos bem posicionados para oferecer esta experiência”, complementa. 

Levar inovação no mercado de loteamento sempre foi o objetivo principal da Construtech, tornando-se parceira de loteadoras de todo o Brasil. Principalmente agora, em meio à pandemia, a InstaCasa se apresenta como solução que permite às pessoas continuarem planejando seus futuros lares, sem sair de sua atual casa. Mesmo durante a crise, a construtech criou novas iniciativas para expandir o potencial de visualização de casas no lote e de parcerias com as loteadoras, como a criação de tour virtual pelos loteamentos e a criação de estandes virtuais.

Grupo ZAP cria plataforma de apoio para profissionais do mercado imobiliário

 Neste momento de colaboração e ajuda, o Grupo ZAP criou o #TodosPorTodos, plataforma para profissionais do mercado que tem como objetivo ajudar com soluções úteis e benefícios que ofereçam descontos ou serviços gratuitos temporários para o momento. 

A Rede de Benefícios da plataforma conta com vários parceiros do Grupo ZAP, como CredPago, Tokio Marine Seguradora, DocuSign, MRV, Cupola Agência, Banib, ZAP Fin, entre outras empresas. Ao todo, são mais de 59 empresas que participam. 

“Queremos oferecer, neste momento, uma gama de conteúdos, serviços e produtos com condições especiais para apoiar os clientes do Grupo ZAP neste período e facilitar uma operação online mais inteligente. Temos uma obrigação de colaborar para um mercado melhor para todos”, afirma Mariana Ferronato, Diretora de Marketing do Grupo ZAP. 

Além disso, o #TodosPorTodos oferece conteúdos gratuitos, como o Conecta Imobi Academy, plataforma de vídeos online para o mercado imobiliário, que está disponível por 60 dias. A iniciativa reúne conteúdos sobre marketing, vendas, gestão, tendências e cases reais do mercado imobiliário. O Conecta Imobi Academy já disponibiliza dezenas de vídeos com os profissionais do setor, além de entrevistas e palestras realizadas durante o Conecta Imobi, maior evento do mercado imobiliário da América Latina. 

Por fim, a iniciativa #TodosPorTodos também traz conteúdos para ajudar o mercado a conhecer e entender melhor o cenário atual. São disponibilizados boletins informativos, podcasts e pesquisas exclusivas sobre o mercado imobiliário. Todas as informações podem ser consultadas no site oficial neste link 

Amanco Wavin conta com o apoio da tecnologia na gestão de seus processos

A Amanco Wavin (amancowavin.com.br ), marca comercial da Wavin (wavin.com ), uma das maiores empresas mundiais em tubos e conexões, conta com o apoio de soluções digitais na gestão de seus processos. 

“Há alguns anos temos investido em tecnologias para a digitalização de nossos processos nas fábricas e na nossa área administrativa bem como em soluções para aprimorar nosso relacionamento com parceiros e clientes”, diz Adriano Andrade, diretor comercial da Wavin no Brasil. Segundo o executivo, de uma forma macro,a transformação digital da construção civil já era uma tendência para o setor e está sendo acelerada com a Covid-19. 

A área comercial da marca, por exemplo, está seguindo o isolamento social recomendado pelo Ministério da Saúde, mas mantém o contato periódico com os clientes para prestar todo o suporte necessário e oferecer as devidas recomendações e auxílio aos parceiros. 

Em paralelo, a liderança da Amanco Wavin tem organizado treinamentos on-line para manter a equipe estimulada e promover o engajamento à distância dos colaboradores. Entre os temas oferecidos estão: cursostécnicos sobre seus produtos, gestão de tempo e produtividade, aprimoramento no uso de ferramentas como o Power Point e o Excel com viés para a área comercial, entendimento mais aprofundado de impostos e tributos,entre outros. 

Todos os treinamentos são realizados por pessoas da própria empresa, que se destacam e dominamdeterminados assuntos e foram convidados para compartilhar esse conhecimento com o restante da equipe. Ao todo, cerca de 200 colaboradores acompanham on-line simultaneamente as apresentações. 

Biblioteca BIM e relacionamento com start ups 

Para complementar a busca pela digitalização em suas frentes de atuação, a marca lançou, recentemente, sua biblioteca BIM para os produtos da própria Amanco Wavin, com o intuito de apoiar arquitetos, construtores e designers no desenvolvimento de projetos diversos. 

“O BIM (Building Information Modeling – Modelagem de Informações da Construção em português) é umametodologia de digitalização e padronização de plantas com a capacidade de tornar projetos mais enxutos, lucrativos e eficientes”, explica Andrade. 

Para usá-lo, o profissional deve acessar o site http://bim.amanco.com.br/pt/Paginas/default.aspx e fazer o download das bibliotecas gratuitamente. O usuário deve ter o programa REVIT instalado para acessar as cinco bibliotecas disponíveis da marca. 

Além disso, a Amanco Wavin apoia os varejistas de materiais de construção intermediando o relacionamento com start ups parceiras para contribuir para a aceleração e o desenvolvimento de negócios digitais do pequeno e médio varejo da construção civil. 

Dentre cinco grandes capitais brasileiras, Brasília registra o preço do m² mais elevado

No mês de março de 2020, o estudo do Imovelweb, um dos maiores portais imobiliários do País, identificou que a capital com o preço do m² mais elevado foi Brasília, apontando média de R$ 9.533,00/m². E, no último ano, foi registrada uma alta de 2,5% neste valor. Na sequência, encontramos o Rio de Janeiro, com a segunda média do m² mais cara, no patamar de R$ 7.655,00/m², e queda de 3,9%, no mesmo período. 

Analisando a valorização desses preços, nos últimos 12 meses, a cidade que se destaca com maior índice de crescimento é Curitiba, com alta de 3,9%. Seu preço médio ficou em torno de R$ 4.764,00/m², sendo o mais econômico das cinco capitais comparadas (Brasília, Curitiba, Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo). 

São Paulo aparece no meio do ranking, com valor médio do m² em R$ 6.158,00/m² e valorização de 1,2% nos últimos 12 meses, enquanto Fortaleza possui média de R$ 4.803,00/m², sendo uma das mais econômicas, e a que registrou maior desvalorização no mesmo período (-4%). 

Preço do m² nas cinco capitais

Valorização nos últimos 12 meses

Após investimento, startup Houseasy estima estar presente em 100 mil lares até o final de 2020

Criada em março de 2019, a Houseasy é uma startup voltada para o segmento de IoT Residencial, que pretende democratizar o acesso a automação no Brasil. Lançado ao público no último mês de novembro, o aplicativo de smart home já conta com mais de 1000 usuários e oferece o controle de iluminação, ar-condicionado, som, televisores e persianas, tudo pelo celular, apenas com uma conexão Wi-Fi. O projeto mal chegou ao mercado e encantou dois investidores, que juntos fizeram um aporte de R$550.000,00 na empresa, capital que irá possibilitar a consolidação do negócio, bem como seu lançamento a nível nacional. 

Um mar de possibilidades, ou melhor, um oceano azul para o mercado de IoT residencial foi o que o empresário Willian Power Homem identificou quando levantou os dados de automação residencial no Brasil. Com apenas 1% dos lares utilizando algum tipo de tecnologia neste sentido, o mercado oferece uma grande oportunidade para quem quer empreender e oferecer uma solução diferenciada. E foi assim que Willian deixou a área odontológica e resolveu investir no segmento. Com um investimento particular de 100 mil reais, o empresário iniciou a implementação do projeto, o qual consiste em um cadastro do usuário no site para receber em sua casa o kit de automação e baixar o app para realizar o controle dos equipamentos, tudo isso de forma gratuita. “Minha ideia sempre foi adiar o break-even para construir uma base de usuários sólida e fiel ao serviço e, então poder monetizar o negócio de diversas maneiras”, revela Willian. 

Logo a solução chamou atenção de dois investidores, que depois de meses de negociação, fizeram o primeiro aporte da Houseasy, no valor de 550 mil reais. “A presença dos investidores trouxe notoriedade à empresa, que já está em contato com fundos de investimentos para alavancar suas operações e atingir seu objetivo para 2020, que é estar em 100 mil lares”, conta Willian. 

Os planos para a empresa, que completou um ano em março, são ambiciosos. A meta, em médio prazo, é estar presente em 1,5 milhões de residências até 2025. “Começamos a implementação em Curitiba, que é a cidade sede da empresa, mas em breve queremos estar em todo o Brasil e, também, em outros países, como Portugal e Alemanha. Nosso objetivo é proporcionar uma experiência única aos usuários do app, fazendo com que nossos clientes possam usar seu tempo com o que realmente importa na vida”, finaliza. Para a próxima rodada de investimentos, a empresa estima receber 10 milhões de reais. 

Danpris mantém normalidade durante a crise

A Danpris, construtora da Grande São Paulo focada em Minha Casa Minha Vida e Médio padrão, segue com muito trabalho e, apesar de ter adiado os lançamentos devido à pandemia, se mantém firme e estima que a operação voltará mais forte no segundo semestre – “não demitimos ninguém e as obras voltaram ao ritmo anterior à pandemia há três semanas”, conta Dante Seferian, CEO da construtora. 

“Todo o nosso administrativo está em home office e nas obras adotamos novas medidas sanitárias, além de aumentar os cuidados em relação à higienização de ambientes, aferição de temperatura dos colaboradores, uso de máscaras e distância nos canteiros”, explica Dante. 

“Os fornecedores e fabricantes também estão trabalhando normalmente, o que com certeza ajuda nossa indústria a se manter de pé e mesmo com muitos cuidados, estamos conseguindo respeitar os prazos que assumimos nos lançamentos”, complementa o CEO. 

Outro fator muito importante e que ajuda as construtoras a manter o fluxo das obras e garantir os postos de trabalho são observadas nas medidas adotadas pela Caixa que conforme Dante explicou, “a instituição financeira definiu que o mutuário com financiamento imobiliário terá uma carência de seis meses para pagar as próximas prestações, o que é muito bom para quem tem financiamento e trabalha com Minha Casa Minha Vida como nós”. 

Em relação às vendas, Seferian ressaltou que – “o ritmo diminui, mas já era imaginado que isso iria acontecer por conta da instabilidade provocada pela situação. Hoje, temos dois tipos de compradores: o que tem medo de arriscar na Bolsa e percebe que o imóvel pode ser um investimento mais seguro e o que tem o dinheiro no banco e resolve buscar investimentos imobiliários para garantir patrimônio. Por conta do fechamento dos stands, as vendas caíram para cerca de 40% se comparado ao período anterior. O serviço está sendo feito de maneira online. Temos toda a infraestrutura para realizar uma venda remota e nosso cliente pode inclusive percorrer o decorado no site” – afirma. 

Para o pós-pandemia, o CEO da Danpris estima que o Governo precisará se debruçar para ajudar todos os setores e criar programas de auxilio para impulsionar vendas e consumo, buscar uma reação mais enérgica e uma recuperação gradual da economia brasileira. “Muita coisa está sendo feita durante esse período de isolamento e estamos conseguindo provocar uma quebra de paradigmas na economia e a burocracia depois doCovid-19 vai diminuir” – finaliza Dante. 

HM Engenharia cria Sala Digital para capacitar corretores de imóveis

A HM Engenharia, construtora do portfólio da MOVER com atuação na baixa renda, criou um programa para capacitar corretores de imóveis a atuar no ambiente digital. A Sala Digital HM, com cursos que vão de técnicas de vendas a etiqueta e oratória, foi idealizada para oferecer novas habilidades para que a força de vendas esteja preparada para lidar com as restrições de mobilidade e isolamento social geradas pela Covid-19.

“Idealizamos essa plataforma para que nossos corretores possam trabalhar digitalmente de maneira diferenciada. Vivemos um momento de rápida transformação, de forma que essa é uma contribuição para que os profissionais possam se comunicar de maneira assertiva mesmo sem o olho no olho com os clientes”, afirma Elaine Belém, diretora de Operações Comerciais da HM Engenharia.

Em uma primeira etapa, a Sala Digital HM disponibilizará gratuitamente oito cursos, com uma carga horária que varia de uma hora até seis horas cada. Segundo Elaine, a empresa irá oferecer também incentivos financeiros para os participantes que completarem todos os módulos e ao longo do programa também serão aplicados quizzes que poderão gerar benefícios aos corretores.

Para seus funcionários, a HM também já desenvolve programas de capacitação, dentro do projeto Trilhas de Conhecimento, coordenado pela superintendência de Gente e Gestão. A ideia é incentivar os profissionais buscarem o auto-aperfeiçoamento. “Internamente os resultados têm sido muito positivos e com os corretores acreditamos que essa iniciativa será um divisor de águas para nosso modelo de trabalho.” A expectativa é de que o projeto tenha a adesão de aproximadamente 400 corretores. A apresentação do programa aos profissionais foi realizada nesta terça-feira por webconference, com a participação dos diretores executivos Sylvia Bianco e Mauro Bastazin.

Incorporação encerra primeiro bimestre de 2020 com alta expressiva nos lançamentos e vendas

De acordo com informações fornecidas por empresas associadas à Abrainc, os lançamentos de imóveis somaram 3.932 unidades em fevereiro de 2020, totalizando 6.781 no primeiro bimestre (alta de 34,6% em relação ao primeiro bimestre de 2019) e 113.832 unidades nos últimos 12 meses (volume 15,4% superior ao registrado nos 12 meses precedentes). Já as vendas de imóveis novos somaram 9.965 unidades em fevereiro, colaborando para um volume total de 19.077 unidades comercializadas no primeiro bimestre (o que representa um avanço de 25,9% frente ao mesmo período de 2019) e 118.427 no acumulado dos últimos 12 meses (alta de 3,6% face 12 meses anteriores). Esse desempenho, vale destacar, ainda precede a disseminação da COVID-19 no país, bem como a tomada de decisões relativas à paralisação das atividades econômicas não essenciais emestados e municípios. A expectativa é que tais impactos sejam observados na leitura dos Indicadores Abrainc-Fipe atualizados com dados de março e abril. 

Com relação às vendas líquidas de imóveis novos** – calculadas pela subtração das unidades distratadas do total de unidades vendidas em um mesmo intervalo – o volume observado cresceu 31,8% no primeiro bimestre e 12,9% nos últimos 12 meses encerrados em fevereiro de 2020. Esse comportamento ainda reflete a queda de 28,8% no volume de distratos contabilizada ao longo dos últimos 12 meses. Com base na recuperação das vendas e na queda nos distratos, observa-se também um recuo na razão distratos/vendas, que atingiu o percentual de 15,5% na média dos últimos 12 meses – um dos menores patamares da série dos IndicadoresAbrainc-Fipe, iniciada em 2014. 

Considerando apenas os empreendimentos residenciais, 79,6% dos lançamentos e 70,8% das vendas observadas nos últimos 12 meses corresponderam a unidades classificadas como Minha Casa Minha Vida (MCMV), ao passo que os empreendimentos de Médio e Alto Padrão (MAP) foram responsáveis por 20,4% das unidades residenciais lançadas e 29,2% das unidades residenciais vendidas no mesmo período. Na análise do desempenho de cada um desses segmentos, é possível destacar o avanço de 21,2% dos lançamentos e de 4,8% nas vendas no segmento MCMV nos últimos 12 meses, enquanto, no caso de empreendimentos de Médio e Alto Padrão (MAP), os volumes de lançamentos e vendas acumularam altas de 8,3% e 3,1% nos últimos 12 meses, respectivamente. 

Para acessar o relatório completo, clique aqui.

Notas: (*) As informações do Programa Minha Casa Minha Vida contemplam apenas empreendimentos da Faixa 2 e Faixa 3. (**) As vendas líquidas correspondem ao volume de vendas excluindo-se as unidades distratadas no mesmo período. 

Quer vender um imóvel? Nem sempre a precificação das iBuyers é vantajosa

Por Fernando Nekrycz

Vender um imóvel sempre foi uma operação complexa – antes mesmo da crise provocada pela pandemia do coronavírus. O processo pode levar meses e, no fim, o negócio nem ser concretizado. O medo de ter uma casa encalhada fez surgir os iBuyers, uma modalidade do mercado que utiliza soluções tecnológicas para comprar uma propriedade rapidamente mediante análise de diferentes informações para definir o melhor preço. Entretanto, mesmo com a vantagem de conseguir negociar rapidamente, a opção pode não ser benéfica do ponto de vista financeiro.

A expressão iBuyers é uma abreviação para a frase inglesa instant buyers (compradores instantâneos, em tradução livre). De forma resumida, são startups que atuam no mercado imobiliário, utilizando tecnologia e dados para cotar, analisar e comprar imóveis rapidamente de vendedores a fim de revendê-los posteriormente. É um conceito que cresce justamente por ser uma alternativa às pessoas que estão com propriedades “encalhadas”, ou seja, com dificuldade para vender. Cada vez mais consolidado nos Estados Unidos, ele começa a dar os primeiros passos aqui no Brasil.

A questão é que, por trás da facilidade de vender casas rapidamente, algo precisa ser levado em conta pelo usuário: a precificação utilizada por essas plataformas está totalmente correta? A maioria delas desenvolve um sistema próprio para determinar o valor de propriedades a fim de justificar a adequação da oferta. Contudo, antes de atender aos objetivos do proprietário, a prática deve atender ao próprio sistema. Em suma: o valor oferecido está orientado à margem de lucro da empresa e à cobertura dos custos dela.

É basicamente uma troca que o proprietário faz com essas empresas. Pelo “tempo” economizado na hora de vender seu imóvel, ele aceita receber um valor bem menor do que poderia conquistar em outras modalidades de negócio. O que o vendedor precisa entender é que a precificação de uma propriedade precisa abarcar o seu momento e os seus objetivos. Se ele tem pressa para vender, as iBuyers surgem como opção interessante. Mas, se a meta é ter ótimo retorno financeiro ou se não há urgência de fazer negócio, vale a pena esperar, pesquisar e encontrar alternativas a esse modelo de negócio.

Uma possibilidade é contar com o apoio de um consultor ou agente imobiliário. Com experiência e planejamento, esses profissionais podem buscar as melhores oportunidades e encontrar um valor muito mais próximo daquilo que o proprietário imagina e deseja. Isso só é possível porque ele é capaz de levantar todas as nuances em relação ao imóvel e tem autonomia para filtrar ofertas realmente vantajosas. Isso não significa que não precisa ser digital. Pelo contrário, hoje há plataformas tecnológicas que fazem a intermediação da compra e venda de propriedades para garantir a melhor experiência a todos os envolvidos.

É inegável que a tecnologia pode – e deve – ajudar a impulsionar o mercado imobiliário como um todo. A transformação digital também chegou ao setor e, atualmente, comprar e vender imóveis com o apoio de soluções tecnológicas é uma ferramenta importante para quem deseja encontrar boas oportunidades. O problema é que tal vantagem não pode servir de justificativa para obter rendimentos menores. Com planejamento, pesquisa e o apoio das melhores plataformas, a negociação será a melhor possível para todos.

Fernando Nekrycz, CEO da Xaza, plataforma de intermediação imobiliária que facilita a compra e venda de imóveis exclusivos