O que é Place branding e como essa estratégia pode agregar valor ao seu m2?

O place branding é uma ferramenta poderosa para diferenciar-se da concorrência e criar valor para os clientes. Quem souber aproveitar essa oportunidade terá mais chances de sucesso no mercado imobiliário brasileiro

O mercado imobiliário brasileiro é um dos mais competitivos e dinâmicos do mundo. Para se destacar nesse cenário, é preciso oferecer mais do que apenas imóveis de qualidade, mas também experiências que valorizem o local onde eles estão inseridos. É aí que entra o conceito de place branding, uma estratégia de marketing que visa criar uma identidade e uma reputação positiva para um lugar, seja ele uma cidade, um bairro, uma região ou um empreendimento.

Segundo Vinícius Loureiro Marques, sócio e Diretor de Estratégia da VMV Real Estate Consulting, considerada a maior consultoria de inteligência imobiliária do país e que já trabalhou em conjunto com mais de 300 incorporadoras, “o place branding é muito mais do que agregar valor. É uma metodologia que passa por criação de comunidades, curadoria, growth hacking e outras etapas necessárias para que um espaço físico deixe de ser visto por seus aspectos tangíveis e passe a ser reconhecido por seus atributos intangíveis, como cultura, história, estilo de vida, sustentabilidade e inovação”.

Um exemplo bem-sucedido de place branding é o caso do bairro Vila Madalena, em São Paulo. A região foi transformada em um importante polo cultural e gastronômico, com uma forte identidade própria. Isso atraiu novos moradores, empresas e turistas, o que contribuiu para o aumento do valor dos imóveis na região.
 

Esses atributos podem influenciar diretamente na percepção de valor dos consumidores e, consequentemente, no preço do m2. Um estudo realizado pela consultoria Brain Inteligência Estratégica mostrou que a variação de preço do m2 em um mesmo bairro pode chegar a 300%, dependendo da diferenciação do produto e da localização.

“Nas incorporadoras, um exemplo de place branding é o caso da F2 Incorporadora, que desenvolveu os empreendimentos Alma Maraú e Alma Aramis, na Bahia. A preservação de 100% das espécies nativas, em parceria com o paisagista Ricardo Cardim, e o restaurante-Escola assinado pela Chef Morena Leite, do Capim Santo, são apenas exemplos de um projeto que venceu como empreendimento mais sustentável do Brasil. O valor desse empreendimento não é somente calculado em uma planilha de viabilidade financeira”, exemplifica Vincícius.

Outros projetos que se destacam pela aplicação do place branding são o ALDEA, da Construtora Sudoeste, e Brick, da Lumy Incorporadora, desenvolvidos pela VMV Real Estate Consulting. Esses projetos começam antes da viabilidade financeira, entendendo o potencial comercial e, a partir disso, sendo desenvolvidos envolvendo o público potencial, de forma a ter um produto com muito mais aceitação e velocidade de venda.

“O place branding é um investimento que se paga muito fácil com um valor maior por m2, maior velocidade de vendas e menor esforço de MKT e vendas. Infelizmente, vemos o mercado entendendo a importância desse trabalho prévio somente depois de experienciar produtos com dificuldade de vendas. Além disso, também há o place making, que é uma estratégia muito mais densa e antecipada, para desenvolver um local em que não há vocação imobiliária. Já acompanhamos e aplicamos isso com sucesso em áreas de expansão, áreas degradadas e zonas com estigmas que precisam ser trabalhados antes de incorporar”, completa Vinícius Marques.

Para fazer um bom place branding, é preciso conhecer bem o local onde se pretende atuar, entender as necessidades e os desejos dos consumidores, criar uma narrativa consistente e autêntica sobre o lugar e comunicá-la de forma eficiente para os públicos-alvo. Também é importante monitorar os resultados e adaptar-se às mudanças do mercado.

“O place branding é uma ferramenta poderosa para diferenciar-se da concorrência e criar valor para os clientes. Quem souber aproveitar essa oportunidade terá mais chances de sucesso no mercado imobiliário brasileiro”, finaliza Vinícius.

Incorporadora paranaense GT Building fecha semestre com R$ 130 mi em vendas

Com cenário desafiador no primeiro semestre, empresa supera expectativas de vendas, entrega três empreendimentos e lança prédio mais alto de Curitiba

O primeiro semestre de 2023 começou apreensivo para o mercado imobiliário, com a Selic em alta, instabilidade política e queda da confiança do investidor. Apesar desta conjuntura, a GT Building apresentou números importantes para o segmento. Foram mais de R$130 milhões em vendas entre janeiro e junho, nos empreendimentos localizados na cidade de Curitiba (PR).

De acordo com o diretor executivo da GT Building, Arsênio Almeida Neto, a incorporadora registrou aumento na procura por seus imóveis de luxo neste ano, tanto para investimento quanto para moradia. “Os resultados do primeiro semestre mostram que a tendência vinda do isolamento social, da busca por imóveis que valorizem o bem-estar do morador, vai continuar nos próximos anos. Mesmo com os desafios macroeconômicos, o mercado imobiliário demonstra resiliência e estabilidade no longo prazo”, relata o executivo.

Além do saldo positivo nas vendas, a GT Building também entregou três empreendimentos no primeiro semestre: Maison Alto da Glória, Bosco Centrale e Denmark, que juntos somam um VGV (Valor Geral de Vendas) superior a R$300 milhões, e lançou o OÁS, que será o edifício mais alto de Curitiba, com VGV avaliado em R$285 milhões.

E os planos para o segundo semestre são ainda mais promissores. “Vamos apresentar ao mercado dois novos lançamentos, o AMÁZ e o ATLÂN, que serão inspirados nos biomas da Amazônia e da mata-atlântica, respectivamente. Ambos trarão, em sua essência, a nova filosofia da empresa, que é a de buscar cada vez mais a sustentabilidade nos empreendimentos”, finaliza o diretor da GT Building.

Construtora RNI registra R$ 523 milhões em vendas brutas e crescimento de 41% nas unidades financiadas, aponta Prévia Operacional 2T23

A construtora e incorporadora RNI do grupo Empresas Rodobens, registra 523 milhões em vendas brutas no primeiro semestre de 2023 e atinge a cifra de R$ 255 milhões no segundo trimestre deste ano. De acordo com os resultados consolidados 2T23, a empresa totaliza R$ 353 milhões de vendas líquidas nos últimos seis meses. Com aumento de 41% nas unidades financiadas em relação ao último trimestre, a incorporadora atinge R$ 229 milhões no acumulado dos últimos seis meses.

“Encerramos o primeiro semestre com um Valor Geral de Vendas de R$ 255 milhões em lançamentos. Temos mais de R$ 500 milhões em VGV em projetos aprovados, aptos e em estoque para lançamento em breve. A nossa estratégia de negócios tem como foco os interiores do Brasil, em que temos prospectados terrenos em localidades potenciais para o crescimento da companhia”, ressalta Carlos Bianconi, CEO da RNI.

Percentual de valorização das unidades

Uma tendência apontada nos últimos tempos se confirmou com valorização dos residenciais, principalmente nas unidades do Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). No segundo semestre de 2023, o preço médio de todos os produtos obteve valorização de 10,2%.

Landbank e estoque

A RNI fecha o 2T23com Landbank de R$ 6.5 bilhões em VGV,sendo 80% dos terrenos direcionados ao segmento Minha Casa, Minha Vida (horizontal e vertical). O Landbank da incorporadora segue em constante atualização, comprovando a solidez da estratégia e mix de negócios da construtora, que resulta na confiança da estratégia adotada pela RNI em todo o país, por clientes e investidores.

Em 30 de junho de 2023, o VGV total dos estoques a valor de mercado era R$ 937 milhões correspondendo a 3.918 unidades. Já o estoque concluído VGV %RNI (participação 100% da incorporadora em projetos) representa apenas 3% do total.

Entregas

No segundo trimestre de 2023, a construtora entregou dois empreendimentos: Cipreste Jardim Botânico (Ribeirão Preto/SP) e Condomínio Parque Ohara RNI (Cuiabá/MT), totalizando R$ 125 milhões de VGV e 585 unidades entregues.

Thá Engenharia entrega Bosco Centrale: primeiro bosque vertical do centro de Curitiba

O Bosco Centrale conta com piscina no rooftop

Construção do empreendimento exigiu atenção redobrada devido à complexidade do projeto

A Thá Engenharia entregou no último mês o Bosco Centrale, dos incorporadores GT Building, Grupo Gadens e Teig Empreendimentos Imobiliários. Com aproximadamente 18 mil m² de área construída, 22 andares e 99 unidades residenciais de 107 m², o empreendimento se destaca pela sua magnitude e bosque vertical que traz o verde para o centro da cidade.

O Bosco Centrale apresenta características únicas, como uma piscina na cobertura com borda infinita, paisagismo nas sacadas dos apartamentos e uma impressionante parede verde na área comum. Para se ter uma ideia, foram utilizados 5.800 m³ de concreto, 652 toneladas de aço, 28 mil quilos de alumínio e 2916 m² de vidro. Os materiais de alta qualidade contribuíram para a solidez e estética do edifício.

Desde o início, a construção do empreendimento foi desafiadora, exigindo um cuidado especial devido à localização privilegiada no coração da cidade e aos aspectos diferenciados em relação às obras tradicionais. A rua movimentada em que o prédio se localiza exigiu precauções especiais para garantir a segurança das construções vizinhas. Durante diferentes etapas do projeto, foi necessário bloquear temporariamente a rua para a montagem, desmontagem de equipamentos e transporte de materiais.

“Um dos bloqueios mais notáveis ocorreu durante a concretagem do bloco de fundação central do prédio, que envolveu mais de 400 m³ de concreto, incluindo a utilização de gelo para resfriamento. Além da complexidade na execução da piscina que está no rooftop, no qual foi necessário içar o vidro, que pesava mais de 1 tonelada, para montar a estrutura. A equipe de engenharia trabalhou diligentemente para evitar quaisquer acidentes, tendo em vista a proximidade com outras edificações”, declara o coordenador e obras da Thá Engenharia, Rafael Tyszka.

Bosque Vertical

O empreendimento é um dos únicos do Brasil a possui esse visual e foi inspirado no famoso edifício Bosco Verticale, localizado em Milão (Itália). Todos os moradores têm uma vista privilegiada para o bosque vertical, que possui um sistema de irrigação totalmente automatizado, instalado em toda a fachada do edifício. Além disso, foram instaladas placas fotovoltaicas com capacidade de geração de 2800 KW/H, reforçando o compromisso com a sustentabilidade e a eficiência energética.

O rooftoop do empreendimento também conta com um paisagismo especial para que os moradores se sintam em um verdadeiro paraíso ao ar livre. A vegetação exuberante envolve toda a estrutura, enchendo o ambiente com cores, texturas e aromas, criando uma atmosfera de conexão com a natureza em meio à agitação urbana.

A piscina a céu aberto oferece aos moradores uma vista impressionante do centro de Curitiba. É um local perfeito para relaxar e desfrutar do sol, proporcionando momentos de lazer e tranquilidade em meio a um ambiente sofisticado e contemporâneo.

Setor da construção civil ganhará guias de contratação BIM

Engajada no processo de digitalização do setor da construção civil e visando a consolidação da metodologia Building Information Modelling (BIM) ou Modelagem da Informação da Construção no Brasil, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) é correalizadora do projeto Guias de Contratação BIM, uma coletânea de três volumes direcionada a empresas e ao setor público. O objetivo é disponibilizar orientações práticas e acessíveis de modelagem BIM que contemplem os temas contratação, licitação e biblioteca BIM e que dialoguem com todos os diferentes perfis: gestores públicos e privados, empresas, fabricantes de objetos BIM.

O primeiro volume foi lançado, oficialmente, em maio deste ano e já está disponível para download gratuito: “Conceitos básicos e requisitos para contratação BIM”. Conforme sugere o título, trata-se de uma introdução ao tema de contratação BIM: apresenta as diferenças entre os empreendimentos que usam BIM e os que têm por base o CAD; o que muda nos processos e entregáveis de uma ferramenta para outra; traça um panorama dos impactos, a depender se o planejamento foi feito em CAD ou BIM, desde a definição dos objetivos, a seleção, concorrência ou licitação, acompanhamento da execução até as entregas e a aceitação dos serviços e produtos contratados.

“O material é público, gratuito, trará economicidade para as compras públicas, intensificará a transparência dos processos licitatórios, será uma fonte de conhecimento para o setor e dará segurança aos entes envolvidos”, avalia o analista de Produtividade e Inovação da ABDI, Leonardo Santana.

É crescente o número de profissionais e empresas que usam a metodologia BIM para o planejamento das atividades da indústria da construção civil brasileira. A última edição da pesquisa Cenário Construtivo Brasileiro, por exemplo, mostra que houve aumento de 14% no uso de BIM em 2023, em relação ao último dado obtido em 2021, de 58% para 64% dos entrevistados.


A digitalização da indústria da construção civil é um dos temas prioritários da ABDI e, desde 2016, a Agência está engajada em ações junto ao setor. “A produção dessa coletânea é mais uma contribuição e estamos certos de que ela vai auxiliar gestores públicos e privados na consolidação e execução dos contratos BIM”, destaca Igor Calvet, presidente da ABDI.

Os volumes dois e três da coletânea estão em produção e abordarão como executar Contratos em BIM e como participar de Licitações em BIM, respectivamente. Nos sites da ABDI e do BIM Fórum Brasil é possível acompanhar as informações sobre a publicação dos outros guias, que está previsto para lançamento no final do segundo semestre deste ano.

O projeto “Guias de Contratação BIM” é de iniciativa do BIM Fórum Brasil e conta com patrocínio do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Santa Catarina (CAU/SC).

Bibliotecas BIM – Um outro documento orientativo, dedicado especificamente a objetos BIM, está sendo desenhado: “Guia de Bibliotecas BIM”. O planejamento de um empreendimento em BIM, totalmente digital, requer a previsão da obra do início ao fim e isso inclui a previsão dos materiais que serão necessários, como areia, argamassa, canos para tubulação, portas, janelas, entre outros.

Isso significa que esses objetos também devem estar no banco de dados do projeto virtual. Em outras palavras, é preciso transformar o catálogo físico dos produtos em digital. A motivação para a elaboração desse Guia é justamente sensibilizar a indústria de material para construção sobre a importância de disponibilizar uma biblioteca on-line dos objetos que fabricam. Dessa forma é criada uma Biblioteca BIM.

BIM no Brasil – Desde janeiro de 2021, obras e serviços de engenharia contratados por alguns órgãos da Administração Pública Federal devem ser executados em BIM. De acordo com o decreto 10.306/2020, a exigência acontece em três fases, sendo a primeira etapa, iniciada em 2021, dedicada somente a projetos. A partir de 2024, projetos e obras passam a ser incluídos nas exigências de BIM. E a partir de 2028, todas as fases da edificação (projetos, obras e pós-obras) passam a ser consideradas. Além disso, a nova lei de licitações, Lei n. 14.133/21, prevê o uso preferencial de BIM nas licitações para contratação de obras públicas, a partir de abril de 2024.

Já alinhada à Estratégia Nacional de Disseminação do BIM e com o objetivo de promover ganhos de produtividade e elevar a competitividade do setor da construção no país, a ABDI lançou, em 2018, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a Plataforma BIMBR, um portal que, além de possuir conteúdo dinâmico sobre BIM, hospeda a Biblioteca Nacional BIM (BNBIM), que é um repositório das bibliotecas de objetos BIM no Brasil.

Para receber os avisos dos próximos cursos do Democratizando BIM, basta se inscrever na Plataforma BIMBR e acompanhar a newsletter semanal do portal.

Parceria entre startups e empresas de engenharia traz criatividade e inovação para a construção civil

Já há alguns anos, a inovação vem se tornando fundamental e necessária para impulsionar o crescimento e a competitividade das companhias que pretendem oferecer qualidade. Na construção civil, a colaboração entre startups e empresas de engenharia tem se mostrado uma estratégia eficaz para estimular a criatividade, aperfeiçoar processos e desenvolver soluções que impactam de forma positiva o dia a dia das construtoras.
 

Uma das principais vantagens dessa parceria é a complementaridade de conhecimento entre setores. Nem sempre as startups parceiras são nativas da engenharia; com isso, elas são capazes de trazer consigo agilidade, criatividade e ideias não tradicionais, enquanto as empresas de engenharia agregam conhecimento técnico na área, experiência operacional e recursos robustos.
 

“Hoje, quando identificamos algum desafio e não temos a resolução internamente, sabemos que é possível encontrá-la no mercado, e assim avançar nossas tecnologias. As propostas das startups muitas vezes rompem com paradigmas estabelecidos, trazendo ideias frescas e fora da caixa. Trata-se de uma forma de impulsionar a evolução contínua dos processos e manter a empresa à frente dos concorrentes”, explica André Medina, gerente de Inovação da Andrade Gutierrez e responsável pelo Vetor AG, primeiro programa de inovação aberta do setor de engenharia e construção.

O Vetor AG, desenvolvido pela Andrade Gutierrez, ilustra a importância dessa parceria e seus benefícios mútuos. O programa conecta a empresa a startups e empreendedores que possam trazer soluções criativas e disruptivas para o setor de construção. Essa abordagem aberta permite à companhia aproveitar o potencial de ideias inovadoras externas, fortalecendo sua capacidade de se adaptar às demandas do mercado.

Atualmente, a AG possui mais de 30 parcerias com startups que atuam ativamente nos processos da construtora. Soluções como da empresa Mentor Construção, que permitiu redução de 26% em horas de atividades dedicadas a compilação de dados e geração de resíduos; da PWTech, que possui uma tecnologia de baixo custo capaz de tornar águas não potáveis e até contaminadas próprias para o consumo humano; ou mesmo a Spectrageo, startup especializada em soluções geofísicas, que desenvolveu, em conjunto com a AG, uma solução que aumenta a assertividade e rapidez na investigação e caracterização de solos.
 

“A participação de startups no desenvolvimento de projetos internos trouxe um novo olhar sobre os desafios enfrentados no setor. Essa sinergia resulta em benefícios como ganhos financeiros, abertura de novos mercados, redução de custos e até mesmo de danos ao meio ambiente”, finaliza Medina.

Novo Minha Casa Minha Vida exige inteligência e novas estratégias de mercado por parte das incorporadoras



Após um período de notável crescimento em 2021 e 2022, impulsionado pelo boom na construção civil durante a pandemia do Coronavírus, o mercado continuará a crescer em 2023, porém, de forma mais moderada. Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), é esperado um crescimento de 2,5% no Brasil para este ano. Só no primeiro semestre, o segmento foi responsável por 17% de todos os empregos gerados no país, segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). Ainda no ritmo da retomada, o setor vive uma onda de otimismo com as mudanças anunciadas recentemente para o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que passou a adotar novos patamares de juros, subsídio e teto para valores dos imóveis que podem ser financiados.

Dentre as mudanças, destacam-se três novidades principais. O limite máximo de valor do imóvel foi elevado para R$ 350 mil. Além disso, houve uma redução das taxas de juros para financiamentos destinados a famílias com renda mensal de até R$ 2 mil. Por fim, houve um aumento no valor do subsídio oferecido para a compra de imóveis. A faixa 1 agora possui um limite de renda familiar mensal de R$ 2.640, enquanto a faixa 3 se estende até R$ 8 mil, alcançando também a classe média brasileira.
“Isso representa uma excelente oportunidade para o mercado. No entanto, a mudança traz consigo novos desafios relacionados ao posicionamento, comunicação e estratégias de vendas. Aqueles que não forem capazes de abordar adequadamente esse público correrão o risco de perder valiosas oportunidades de conversão”, analisa João Pedro Agostini Teixeira, diretor da Plot.co, empresa especializada em gestão de ativos imobiliários. 

Para ele, o impacto de cada estratégia, seja para a faixa de renda mais baixa, média ou alta, deve ser pensado de maneira personalizada, considerando as demandas específicas de cada grupo. “Além disso, as incorporadoras precisarão desenvolver soluções criativas para garantir a atratividade de seus empreendimentos, oferecendo diferenciais competitivos, como projetos inovadores, qualidade construtiva, sustentabilidade e facilidades de financiamento, ou seja, adotar estratégias de inteligência de mercado”, enumera Teixeira.

Mercado imobiliário de aluguel está aquecido em São Paulo

Cenário é motivado pelas altas nos preços dos imóveis e pelas incertezas dos possíveis compradores quanto à possibilidade de pagar os financiamentos
 

O mercado imobiliário de aluguel está aquecido na cidade de São Paulo. Devido ao aumento nos valores dos imóveis e às incertezas quanto à economia, muitas pessoas estão decidindo alugar casas e apartamentos para morar ao invés de comprar.
 

Um levantamento da Propdo, proptech israelense que fornece soluções em software para tomada de decisões no segmento imobiliário, aponta para uma queda de 10% no número de transações imobiliárias na cidade de São Paulo entre janeiro e abril deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Conforme o documento, esse movimento ocorre ao mesmo tempo em que o preço médio das propriedades cresce em torno de 2% e a taxa SELIC se mantém em 13,75%, o que encarece os financiamentos.  
 

Em contrapartida, o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), que é popularmente conhecido como a “inflação do aluguel”, teve deflação de 1,93% no Brasil em junho, segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Ibre). No acumulado dos últimos 12 meses, o índice teve queda de 6,86%. Desde janeiro deste ano, a redução foi de 4,46%. Em São Paulo, segundo estudo da Propdo, os valores dos aluguéis subiram cerca de 10% em média no ano passado, puxado por bairros como Jardim Europa, Pacaembu, Alto de Pinheiros, Jardim Paulistano e Vila Nova Conceição.
 

Cenário traz boas oportunidades para corretores
 

Para Nathan Varda, head da Propdo no Brasil, mesmo com o aumento em São Paulo, esse é um momento oportuno para corretores apresentarem a seus clientes boas oportunidades de negócios no ramo dos aluguéis. Segundo ele, “há uma grande demanda de pessoas que buscam imóveis para alugar, principalmente entre os jovens de 24 a 30 anos, casais divorciados, estudantes universitários de outras regiões do país e turistas estrangeiros que trabalham na cidade”.
 

O especialista comenta que as elevações significativas nos preços ocorridos entre 2020 e 2022 e o aumento do desemprego, principalmente em razão da pandemia de Covid-19 e da crise econômica, afastaram muitas pessoas da possibilidade de adquirir um apartamento ou casa. Além disso, “por conta dessa insegurança e das incertezas quanto à possibilidade de pagar os financiamentos, muitas pessoas alugam um imóvel por dois ou três anos antes de decidirem comprar ou não, pois querem conhecer o bairro, entender a rotina da comunidade, saber mais sobre os vizinhos, entre outras coisas”, acrescenta Varda, que finaliza dizendo que “a principal dica da Propdo é que os interessados em buscar uma nova moradia procurem um com corretor para ser orientado sobre as vantagens de desvantagens de cada tipo de negócio”.
 

Plataformas da Propdo

A Propdo lançou a ferramenta “Propdo GO!”. Ela permite que um corretor registrado na empresa receba uma oferta de compra ou venda de um imóvel, conforme a região e especificações elaboradas pelo próprio profissional. O primeiro que aceitar, terá exclusividade para atuar na negociação. “Nossa intenção é fornecer aos profissionais recursos para agirem com mais assertividade e aumentarem suas vendas em até 25%”, comenta Varda. Além disso, a companhia já conta com a “Investire”, ferramenta baseada em inteligência artificial e tecnologia de ponta para auxiliar pessoas que desejam investir no ramo na capital paulista, feita em parceria com a Quick2Sell e Animacasa.

Construções sofisticadas e rápidas: como a madeira ‘premium’ virou tendência no mercado imobiliário

Por décadas, o mercado de construção civil do país esteve associado a empreendimentos erguidos com cimento, concreto e aço. O setor, porém, tem visto o crescimento de um novo integrante: a madeira engenheirada, uma estrutura leve e resistente que abriu novas perspectivas ao mercado imobiliário por possibilitar obras sofisticadas com praticidade, durabilidade, maior flexibilidade de projetos estruturais e arquitetônicos, entre outras vantagens.
 

O mercado de madeira engenheirada tem projeção de crescimento global de 13,7%, segundo estudo da plataforma de dados Markets and Markets, que inclui o Brasil entre as áreas de potencial avanço.
 

As construções feitas com madeira engenheirada são muito mais rápidas em relação ao modelo tradicional. Isso porque as estruturas já chegam prontas para serem instaladas, diferentemente de uma construção convencional.

“As madeiras engenheiradas são formadas por estruturas de madeiras cortadas em diversas camadas e adesivadas entre elas. O adesivo industrial aplicado, somado à colocação das camadas de forma cruzada, garantem enorme fixação e desempenho estrutural. Essas lâminas de madeira formam um material resistente e muito mais leve em comparação a modelos convencionais na construção, potencializando as oportunidades imobiliárias”, explica Rubens Castro, Gerente de Vendas da Henkel.

Usada em larga escala na Europa e Estados Unidos, a madeira engenheirada oferece ótima acústica e isolamento térmico, além de poder atuar em conjunto com materiais tradicionais na construção.
 

Confira outras características importantes da madeira engenheirada:
 

Leve e resistente

Construções de madeira engenheirada têm de 30% a 50% menos peso em relação a uma construção do mesmo tamanho no método tradicional. Embora bem mais leve, as madeiras laminadas adesivadas também funcionam como carga estática (vigas, pilares, colunas).

“Todo o processo de produção da madeira engenheirada, incluindo a etapa de cortes em lâminas das toras de madeiras, é realizado de forma inteiramente automatizada”, explica Rubens Castro.

Edificações de madeira engenheirada têm vida útil superior a estruturas, como aço e concreto e, apresentam maior resistência a incêndios. Além do fato da madeira ser um excelente isolante térmico, o adesivo Loctite HB X Purbond, aplicado entre as camadas da madeira engenheirada, foi desenvolvido para suportar temperaturas extremas, contribuindo como um importante aliado na resistência ao fogo.

Possibilidade de construções temporárias

O fato de serem encaixadas uma na outra permite a realização de construções temporárias, assim como a flexibilidade no projeto.

No modelo tradicional de construção civil, eventuais mudanças no projeto acarretam na quebra de paredes e estruturas, o que gera acúmulo de entulhos, além da necessidade de investimentos em limpeza e transporte para remover todo o resíduo formado.

Nas construções com madeira “premium”, as alterações no projeto são feitas basicamente com a retirada e substituição das placas de madeira, dando rapidez com menor geração de resíduos.

No caso do interesse na reformulação do projeto original feito com madeira engenheirada, os profissionais especializados já saberão, de antemão, quantas madeiras engenheiradas serão necessárias para a modificar a estrutura da área, assim como a quantidade de peças a serem adicionadas ou retiradas.

Menos ruído sonoro e menor custo operacional

A montagem das madeiras engenheiradas dispensa equipamentos que emitam ruídos. Paralelamente, menos caminhões e veículos são utilizados no processo de construção e desmontagem, já que a madeira engenheirada é muito mais leve e chega pré-montada à área de aplicação. Isso impacta positivamente na redução da poluição sonora e nos custos de construção.

“Uma vez que as madeiras engenheiradas são levadas ao local do empreendimento, o passo seguinte é a montagem, juntando as partes uma a uma, sem solda, como em um jogo de encaixe de peças. Além da sua função estrutural, a madeira engenheirada também pode ser utilizada para pisos, lajes e paredes”, explica o profissional da Henkel.

Mais sustentável

As madeiras engenheiradas produzidas no Brasil são certificadas e vindas de manejo, ou seja, é feito o replantio da madeira extraída.

Outro comparativo: a cada por m³ de cimento e concreto armado produzidos, uma quantidade muito elevada de carbono é liberada na natureza, principalmente no processo de produção de aço, cimento e seus derivados.

Por fim, as sobras da madeira do processo industrial (como serragem e cavaco, por exemplo) podem virar matéria-prima para a geração de energia nas indústrias, o que traz benefício direto ao meio ambiente com a redução de resíduos. Além de representar o ganho de um valor extra com a venda dessas sobras.

Minha Casa Minha Vida ganha novo empreendimento em Londrina

Construtora Yticon lança residencial de 320 unidades, sendo 100% delas contempladas pelo programa federal de habitação, além de subsídio estadual para entrada do valor

Relançado em fevereiro deste ano, o Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) teve novas atualizações neste mês, juntamente com as alterações do Programa Casa Fácil, da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar). As mudanças são positivas para o mercado imobiliário, como exemplo a ampliação do limite de ganhos das famílias para até R$ 8 mil, aumento do subsídio para famílias das faixas 1 e 2, e a redução da taxa de juros para famílias com renda de até R$ 2 mil, que varia conforme a região do país. Em relação ao subsídio estadual, o valor anunciado passou de R$ 15 mil para R$ 20 mil, a ser utilizado na entrada do imóvel. O programa federal foi criado em 2009 e, desde então, funciona em parceria com a iniciativa privada, municípios e a União.

Já contemplando os novos moldes do MCMV, a Yticon, construtora do Grupo A.Yoshii, acaba de lançar em Londrina (PR) o empreendimento Solar di Milano. No total, serão 320 unidades destinadas aos programas habitacionais federal e estadual. O residencial será construído na região norte, próximo ao Londrina Norte Shopping, e contará com cinco torres de sete andares, mais o térreo. Todas as torres terão elevador e sacada, com destaque para duas que disponibilizam churrasqueiras privativas neste espaço. Cada apartamento terá 45 metros quadrados de área privativa, com dois dormitórios. No início deste ano, a construtora entregou 240 apartamentos pelo programa e, ainda em julho, está prevista a entrega de mais 320 unidades em Cambé e 320 em Maringá. A meta do governo atual é atender 2 milhões de famílias até 2026, contemplando todas as faixas de renda.

“O Solar di Milano conta com o padrão de  qualidade já muito conhecido, da Yticon. Além disso, o residencial terá novidades na área de lazer, com piscina com prainha, churrasqueiras, espaço gourmet, além de playground e brinquedoteca.”, explica o gerente da Yticon em Londrina, Bruno Catarino. O gerente destaca, ainda, que o residencial será o primeiro do segmento com academia fechada e espaço funcional além da tradicional quadra esportiva. “O bem-estar e qualidade de vida são premissas nos empreendimentos da construtora, que prioriza itens que valorizem a experiência de morar bem”, completa.

Para atender às demandas dos estilos de vida dos moradores, no Solar di Milano também será entregue com espaço para mercado autônomo, bicicletário e espaço delivery equipado. Outra novidade é que tudo será organizado pelo conceito Compartycon, criado pela construtora e baseado na economia compartilhada, que prevê o compartilhamento de bicicletas, materiais esportivos e kits de ferramentas. “Assim como nos empreendimentos anteriores, a construtora  também trará para esse uma tendência do mercado imobiliário, visando proporcionar aos moradores tudo o que eles precisam dentro do próprio condomínio. O conceito de economia compartilhada está presente nos principais centros do país e tem como objetivo aumentar o acesso a bens e serviços por meio de um modelo de consumo consciente, racional e sustentável.”

O apartamento decorado do Solar di Milano está disponível para visitação na loja da Yticon no Londrina Norte Shopping.