Comercialização de imóveis em Belo Horizonte teve alta de 17% em outubro

Apesar dos reflexos da pandemia de Covid-19 na economia, o mercado imobiliário bateu novo recorde de vendas em outubro deste ano. Em Belo Horizonte, foram comercializadas 2.248 unidades —entre imóveis residenciais e comerciais—, resultado 17% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, de acordo com o Instituto Data Secovi, da CMI/Secovi-MG (Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais). A pesquisa indica que esse foi o melhor período desde março de 2014, quando foram comercializadas 2.567 unidades.

O resultado foi positivo em quase todas as regiões da capital mineira, com destaque para as regionais Norte e Leste, que registraram aumento de 133% e 54%, respectivamente, na comparação com o ano passado. O maior aumento foi observado no bairro Buritis, onde as vendas de imóveis (170 unidades) subiram 63% em relação ao mesmo mês no ano passado, quando foram comercializadas 104 unidades. O valor médio em outubro foi de R$ 324 mil, uma queda de 3,4% em relação ao ano anterior.

No acumulado dos 10 primeiros meses de 2020, houve queda de 4,3% (15.814 unidades) no número de unidades vendidas na comparação com o mesmo período de 2019 (16.530 unidades). O resultado ocorreu devido ao impacto do resultado obtido pelo segmento nos dois primeiros meses depois da adoção de medidas de isolamento social (abril e maio). No entanto, considerando apenas apartamento, que representa 70% dos imóveis comercializados, houve um aumento de 1,7% (11.724 unidades em 2020 contra 11.532 unidades em 2019).  Além disso, de julho a outubro, a recuperação do setor tem sido acelerada e foram comercializadas 5.752 unidades, o que representou uma alta de 12,8% em relação ao mesmo período do ano passado. “Há uma série de fatores que explicam esse desempenho. A taxa básica de juros despencou ao menor patamar da história e, ao mesmo tempo, foram reduzidas as taxas do financiamento imobiliário, criando melhores oportunidades para a compra de imóveis”, analisa Leonardo Matos, diretor da CMI/Secovi-MG e responsável pelo Data Secovi.

Investir em imóvel é mais rentável que aplicação em renda fixa

Os bons resultados do setor também são comprovados pelo aumento da rentabilidade do aluguel, quando comparada às aplicações em renda fixa. Atualmente, o ganho do aluguel está em 0,40%; enquanto o CDI caiu para 0,16%, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. “Com a taxa básica de juros a 2% ao ano, o investimento em imóveis para locação volta a ser bem atraente, pois supera a remuneração média do CDI”, explica Matos.

Levantamento do Instituto Data Secovi comparou a rentabilidade do investimento em imóveis e a aplicação em renda fixa atrelada a 100% CDI (Certificado de Depósito Interbancário), de 2004 a setembro de 2020, e constatou que a valorização do bem imóvel é superior à aplicação financeira. Segundo dados do instituto, a valorização de um apartamento neste período é 6,4% superior em relação ao CDI.

O comparativo foi realizado com base no valor médio de apartamentos comercializados em Belo Horizonte —tipo imobiliário que representa 70% das vendas na capital—, versus a aplicação de 100% desse valor em renda fixa. Segundo Leonardo Matos, investir em imóvel pode trazer, ainda, outras rentabilidades, como a locação. “Ao considerarmos somente a valorização do bem imóvel, já temos uma rentabilidade maior que o CDI. Porém, ao adquiri-lo, o investidor também pode usufruir dele, seja para moradia própria ou para locação. A rentabilidade do aluguel residencial gira em torno de 5% ao ano”, explica. A comparação também foi realizada com outros tipos imobiliários —lote, sala/andar corrido, casa/barracão, galpão, loja e flat/apart hotel— e apenas o segmento de flat/apart hotel não apresentou maior rentabilidade que o CDI.Área de anexos