Preços do aluguel comercial têm maior elevação mensal desde 2014

Segundo Índice FipeZAP+, valores de locação de salas e conjuntos comerciais subiram 0,58% em março e 3,55%, em 12 meses

  • Análise do último mês: segundo apuração do Índice FipeZAP+, os preços de venda de salas e conjuntos comerciais de até 200 m² se mantiveram praticamente estáveis em março de 2022 (-0,01%), enquanto os preços de locação do segmento avançaram 0,58%* – resultado que corresponde à maior alta mensal desde novembro de 2014, quando o índice exibiu uma elevação mensal de 0,70%. A despeito desse resultado, as variações indicadas pelo Índice FipeZAP+ para venda e locação desses imóveis foram inferiores à inflação mensal medida pelo IPCA/IBGE (+1,62%) e pelo IGP-M/FGV (+1,74%). Considerando as 10 cidades onde o segmento é monitorado, os preços de venda desses imóveis avançaram em: Curitiba (+1,20%), Porto Alegre (+0,32%), Niterói (+0,30%), Campinas (+0,29%), Florianópolis (+0,28%) e Rio de Janeiro (+0,04%) contrapondo-se aos recuos em Brasília (-2,57%), Salvador (-0,54%), Belo Horizonte (-0,41%) e São Paulo (-0,02%). Em relação ao valor do aluguel comercial, foram registradas variações positivas em todas essas localidades: Florianópolis (+1,19%), Rio de Janeiro (+1,12%), Belo Horizonte (+0,72%), Campinas (+0,61%), São Paulo (+0,44%), Brasília (+0,39%), Niterói (+0,36%), Porto Alegre (+0,27%), Curitiba (+0,24%) e Salvador (+0,01%).

    Análise dos últimos 12 meses: em média, os preços de venda de imóveis comerciais declinaram marginalmente nos últimos 12 meses (-0,09%), em contraste aos preços de locação do segmento, que acumularam uma alta nominal de 3,55% nesse horizonte temporal. Comparativamente, ambas variações acumuladas foram inferiores à inflação do período, seja ela medida pelo IPCA/IBGE (+11,30%) ou pelo IGP-M/FGV (+14,77%). Individualmente, aumentos nos preços de venda dos imóveis do segmento são observados apenas em: Curitiba (+7,20%), São Paulo (+1,28%) e Campinas (+1,00%), contrastando com os recuos em Salvador (-3,02%), Rio de Janeiro (-2,60%), Belo Horizonte(-2,57%), Florianópolis (-1,94%), Porto Alegre (-1,10%), Brasília (-1,07%) e Niterói (-0,35%). Quanto ao preço médio de locação do segmento, as altas apuradas em: Curitiba (+6,89%), Rio de Janeiro (+5,02%), Niterói (+4,96%), Brasília (+4,88%), São Paulo (+4,25%), Campinas (+3,13%), Florianópolis (+1,90%), Belo Horizonte (+1,13%) e Porto Alegre (+0,74%) se opuseram, conjuntamente, ao recuo do aluguel comercial em Salvador (-3,05%).

    Preço médio de venda e locação: em março de 2022, o valor médio do m2 de imóveis comerciais anunciados nas cidades monitoradas pelo Índice FipeZAP+ Comercial foi de R$ 8.466/m2 , no caso de imóveis comerciais anunciados para venda, e de R$ 38,60/m2 entre aqueles destinados para locação. Considerando todas as 10 cidades monitoradas pelo Índice FipeZAP+ Comercial, a cidade de São Paulo se destacou com o maior valor médio tanto para venda de salas e conjuntos comerciais de até 200 m² (R$ 9.832/m2 ), quanto para locação desses imóveis (R$ 46,08/m2 ). Já no Rio de Janeiro, os preços médios de venda e de locação de salas e conjuntos comerciais anunciados na Internet foram de R$ 9.104/m² e de R$ 38,87/m², respectivamente.
     
  • Rentabilidade do aluguel comercial*: pela razão entre o preço médio de locação e o preço médio de venda, é possível obter uma medida da rentabilidade para o investidor que opta por investir em imóveis com a finalidade de obter renda com o aluguel. O indicador resultante (rental yield) pode ser útil para avaliar a atratividade de salas e conjuntos comerciais em relação a alternativas de investimento disponíveis. Em março de 2022, o retorno médio do aluguel de imóveis comerciais foi apurado em 5,61% ao ano, superando a rentabilidade oferecida por imóveis residenciais (4,79% ao ano). Todavia, graças à rápida elevação das taxas de juros no país, a rentabilidade do aluguel (em ambos segmentos) foi inferior ao retorno médio esperado de aplicações financeiras de referência.

    Nota (*): os preços considerados se referem a anúncios para novos aluguéis. O Índice FipeZAP+ não incorpora em seu cálculo a correção dos aluguéis vigentes, cujos valores são reajustados periodicamente de acordo com o especificado em contrato. Como resultado, o Índice FipeZAP+ de Locação Residencial capta de forma mais dinâmica a evolução da oferta e da demanda por moradia ao longo do tempo.