Rooftop capta rodada Pré-Seed e aposta em fundo investimentos de R$ 100 milhões para compra e regularização de imóveis em condições especiais

A Rooftop, proptech que oferece gestão inteligente de transações ao conectar imóveis em situações especiais a potenciais compradores e investidores, acaba de estruturar uma rodada de capital Seed que incluiu a participação da gestora Blue Macaw, para executar a operação do fundo de investimentos ROOF11, que já nasce listado na B3, com capital inicial de R$ 100 milhões, para compra de unidades que já foram envolvidas em processo judicial, extrajudicial ou leilão, os chamados imóveis estressados.

A empresa utiliza tecnologia que permite monitorar casas, apartamentos, lotes e terrenos de interesse. Após o mapeamento, adquire e regulariza a propriedade para venda com valor de investimento abaixo do mercado. Os investidores do fundo incluem mais 14 pessoas físicas HNWI, além dos family offices Prada Assessoria, Lakewood Investment Management e Blue Macaw, gestora de recursos.

A Blue Macaw é liderada por Marcelo Fedak, ex-BTG e Blackstone, para quem a proposta da gestora está em linha com a Rooftop no sentido de buscar trazer produtos diferenciados com retornos superiores ajustados para o risco. “O mercado de investimentos alternativos imobiliários é muito pequeno no Brasil quando comparado a outros mercados. Vemos na Rooftop uma plataforma inovadora com uma proposta de valor bem clara que deverá crescer de forma rápida e sustentável, principalmente no segmento de unidades unifamiliares, bastante promissor pela carência de profissionalização do setor”, afirma.

O fundo ROOF11 é constituído sob a forma de condomínio fechado, com prazo de duração determinado, tendo como objetivo auferir ganhos com a compra e venda de ativos imobiliários alternativos, diferenciando-se na prospecção, avaliação, aquisição, desembaraço e venda desses imóveis, por um time de especialistas dedicados ao desenvolvimento de negócios da startup.

A Rooftop já iniciou a estruturação de um novo fundo, também fechado, o CASA11, com expectativa de captação em torno de R$ 250 milhões a ser dedicado ao programa InCasa, solução voltada a pessoas e famílias que possuem imóveis quitados ou financiados, mas que estejam negativadas, vinculadas a um financiamento imobiliário ou empréstimo bancário e sem acesso a banco e capital. Dessa forma, correm o risco de ter a propriedade retomada por meio de processos judiciais e extrajudiciais. O InCasa compra esse imóvel, pagando o valor à vista, e o proprietário nem precisa sair, já vira locatário automaticamente com um valor de locação justo, compatível com a região, e pode recomprar pelo mesmo valor que vendeu. A prioridade de recompra é garantida em contrato de locação por até 36 meses.

Em 2020, a operação movimentou em aquisições de imóveis aproximadamente R$ 15 milhões, valor que chegou a R$ 50 milhões no primeiro semestre de 2021 – a proptech já projeta chegar a R$ 130 milhões em aquisições até o fim do ano. De acordo com o fundador e CEO da Rooftop, Daniel Gava, o mercado demonstra crescimento significativo em decorrência do volume de crédito imobiliário e empréstimos bancários com garantia de imóvel.

“Observa-se, ainda, aumento no número de imóveis retomados por instituições financeiras, o BNDU só cresce. Apenas os cinco maiores bancos retomam cerca de 100 mil unidades por ano. Diante desse cenário, buscamos oferecer uma solução única para o mercado imobiliário com foco em imóveis em condições especiais. Fazemos uso de tecnologia e dados, gerando uma interação importante com a inteligência estratégica de nossas aquisições e venda para o mercado”, comenta o executivo.

A proptech conta com um time especialista de mais de 20 pessoas. O projeto teve início com Gava que, adquirindo imóveis para revenda no mercado imobiliário enquanto pessoa física, percebeu que muitas famílias poderiam ter mantido seus lares com uma opção que oferecesse liquidez imediata. “Muitas vezes as dívidas são bem menores do que o patrimônio. Não faz sentido as pessoas não terem uma alternativa que protejam seu patrimônio em situações de stress”. O executivo percebeu a ausência de uma solução nesse sentido e desenvolveu a Rooftop reunindo as áreas de tecnologia, Direito, mercado de capitais e imobiliário.