Taxas de financiamento imobiliário podem passar à margem da alta da Selic, aponta Credihome

O aumento da taxa Selic para 2,75% ao ano deve ter pouco reflexo nas taxas de financiamento imobiliário praticadas pelas instituições financeiras, de acordo com avaliação de Bruno Gama, CEO da Credihome, plataforma de crédito imobiliário multi-banco. Ainda que a empresa projete uma Selic de 4%, ao final deste ano, em linha com a projeção do mercado, Gama ressalta que as taxas de financiamento devem seguir baixas, influenciadas pelo aumento da concorrência entre grandes bancos e fintechs nesse produto de crédito. “O crédito imobiliário é um produto estratégico para as instituições por gerar uma relação de longo prazo com os tomadores”, aponta.

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), anunciada ontem, de aumentar em 0,75 ponto percentual da taxa Selic encerrou o período de taxa mínima histórica, de 2% ao ano, iniciado em agosto do ano passado. Projeções iniciais apontavam a retomada do ciclo de alta para maio, mas a pressão inflacionária levou o Banco Central a antecipar a elevação.

Nesse sentido, Gama ressalta que os financiamentos atrelados à inflação devem ser observados com cautela. O IPCA – índice oficial que mede os preços dos produtos para o consumidor -, encerrou 2020 em 4,52% – maior nível desde 2016. Para este ano, o mercado já prevê um índice que pode chegar a 5%. “Essa modalidade é mais uma alternativa de financiamento para o comprador, mas que precisa ser bem monitorada”, aponta Gama.

Com retomada do ciclo de alta da Selic, os novos financiamentos atrelados à poupança também sofrerão variação positiva. Com a Selic a 2%, o rendimento da poupança era de 1,4% ao ano. Com a nova taxa, de 2,75%, passa a ser de 1,92% ao ano.