Venda de imóveis usados e locação residencial têm queda em São Paulo

Depois de aumento expressivo em abril, de 18,83% sobre março, as vendas de imóveis usados e a locação de casas e apartamentos no Estado de São Paulo registraram queda que praticamente repetiu esse percentual. O recuo de vendas de 18% sobre abril fez com que o saldo acumulado desde janeiro recuasse de 31,94% para 13,94%.

A locação de casas e apartamentos também ficou negativa em maio, uma queda de 13,51% sobre abril que provocou, como no mercado de venda, uma redução de 18,36% para 4,85% no saldo acumulado de locações de janeiro a maio.

A pesquisa que o Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP) fez com 924 imobiliárias de 37 cidades constatou que os preços dos imóveis usados residenciais tiveram queda de 1,19% em maio comparado a abril, segundo o Índice Crecisp. Nos cinco primeiros meses deste ano os preços acumulam pequena variação positiva, de 0,15%, muito abaixo da inflação de 2,22% medida pelo IPCA do IBGE.

O índice Crecisp, que mede o comportamento dos preços dos aluguéis novos e dos imóveis usados negociados pelas imobiliárias pesquisadas mensalmente pelo Creci no Estado de São Paulo, registra em 12 meses até maio uma alta de 1,53%, também abaixo da inflação de 4,66% registrada no mesmo período pelo IPCA.

“Com a Economia praticamente estagnada e o desemprego elevado, não há pressão de demanda, uma corrida para comprar imóveis, e isso se reflete nos preços, que tendem a ficar estáveis ou com baixa oscilação positiva”, afirma José Augusto Viana Neto, presidente do CreciSP. “Proprietário que não ajusta preço desejado ao preço de mercado não vende, como mostra o festival de placas espalhadas pelas cidades”, ressalta.

“O saldo positivo acumulado de vendas não é indicativo de demanda crescente ou de tendência de expansão que possam pressionar os preços porque o índice deste ano se mantém em faixa inferior ao do período pré-recessão de 2014/2016”, acrescenta Viana Neto. Em maio, o índice estadual de vendas de imóveis usados foi de 0,3149. Nesse mesmo mês, em 2013, o índice estava em 0,6556. “As vendas se mantêm positivas, mas dentro de um patamar muito inferior ao do período pré-recessivo”, resume.

Vendas à vista lideram

As 924 imobiliárias que o CreciSP consultou em 37 cidades do Estado de São Paulo venderam em maio 56,7% em apartamentos e 43,3% em casas. Esse número foi 18% menor que o de abril e a queda foi generalizada nas quatro regiões que compõem a pesquisa CreciSP: Capital (- 17,87%), Interior (- 3,84%); Litoral (- 14,34%); e Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco (- 38,26%).

A maioria dos imóveis foi vendida à vista – 51,55% do total. Os bancos financiaram 39,17% e o restante foi comprado por meio de pagamento parcelado pelos proprietários (7,22%) ou por carta de consórcio (2,06%).

Os descontos concedidos sobre os preços fixados inicialmente foram de 9,58% para casas e apartamentos situados em bairros de áreas nobres, de 9,03% para os de áreas centrais e de 13,63% para os de bairros de periferia.

Imóveis de preço final até R$ 300 mil representaram 51,55% das vendas efetivadas em maio. Na distribuição das vendas por faixas de preços, 53,42% das unidades situaram-se naquelas de até R$ 4 mil o metro quadrado, apurou a pesquisa CreciSP.

Casas dominam locação

As 924 imobiliárias consultadas pelo CreciSP alugaram em maio no Estado de São Paulo 13,51% a menos que em abril. A queda no número de novos contratos foi maior no Interior (-20,89%), seguida pelo Litoral (- 18,19%); as cidades do A, B, C, D mais Guarulhos e Osasco (-16,78%); e a Capital (- 6%).

Simultaneamente, as imobiliárias receberam casas e apartamentos de inquilinos que desistiram de continuar alugando-os por motivos diversos (54,92%) ou financeiros (45,08%). Esse número equivale a 93,64% do total de 2.343 novas locações.

Foram alugadas 60,39% em casas e 39,61% em apartamentos, todos beneficiados por descontos que foram em média de 8,95% para os localizados em bairros de áreas nobres, de 11,37% para os de bairros de áreas centrais e de 10,74% para os de bairros de periferia.

Mais da metade das novas locações (51,86%) vai custar aos inquilinos aluguéis mensais de até R$ 1.000,00. A maioria está localizada em bairros centrais (68,76%), e as restantes distribuem-se entre os bairros de periferia (22,54%) e os de áreas nobres (8,71%).

As formas de garantia utilizadas nos novos contratos foram o fiador pessoa física (presente em 48,36% dos contratos), o depósito de três meses do valor do aluguel (23,13%), o seguro de fiança (13,36%), a caução de imóveis (11,52%), a cessão fiduciária (2,52%) e a locação sem garantia (1.11%).

A inadimplência registrada nas imobiliárias consultadas em maio foi de 5,21% do total de contratos em vigor, 2,25% menos que os 5,33% de abril.

A pesquisa Creci-SP foi realizada em 37 cidades do Estado de São Paulo. São elas: Americana, Araçatuba, Araraquara, Bauru, Campinas, Diadema, Guarulhos, Franca, Itu, Jundiaí, Marília, Osasco, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, Sorocaba, Taubaté, Caraguatatuba, Ilha bela, São Sebastião, Bertioga, São Vicente, Peruíbe, Praia Grande, Ubatuba, Guarujá, Mongaguá e Itanhaém.